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Lesão do Ligamento Cruzado Anterior: Quando é necessário operar?

Imagine que você está praticando seu esporte favorito, seja futebol, vôlei, ou até mesmo uma corrida ao ar livre. Tudo vai bem até que, em um movimento brusco, você sente um estalo no joelho seguido de uma dor intensa. É um momento de tensão para qualquer pessoa que vive uma vida ativa, e essa sensação pode ser o indício de uma lesão temida pelos atletas: a ruptura do ligamento cruzado anterior, ou LCA.

Essa lesão é muito comum em esportes que envolvem mudanças rápidas de direção, pivoteamento ou desaceleração, como futebol, basquete e artes marciais. Mas o que muitas pessoas não sabem é que nem toda lesão do LCA precisa ser tratada com cirurgia. Neste blog, vamos explorar quando a cirurgia é realmente necessária e como as opções de tratamento podem variar dependendo do caso.

O que é o Ligamento Cruzado Anterior?

O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das principais estruturas responsáveis pela estabilidade do joelho, impedindo o movimento excessivo da tíbia (osso da perna) em relação ao fêmur (osso da coxa). Durante atividades que envolvem movimentos rápidos e bruscos, como saltos ou giros, o LCA desempenha um papel fundamental ao manter o joelho estável.

Quando ocorre uma lesão no LCA, é comum ouvir um “estalo” seguido de dor intensa e inchaço imediato. Nos dias seguintes, o joelho pode parecer instável, dando a sensação de que está “falhando” ou saindo do lugar. Isso acontece porque o LCA está comprometido e não pode mais manter o joelho estável como antes.
A lesão do LCA geralmente acontece por uma torção ou movimento brusco, especialmente em esportes de alto impacto. Curiosamente, a maioria dessas lesões ocorrem sem contato direto, ou seja, o atleta não precisa ser atingido por outra pessoa para sofrer uma ruptura. Movimentos como girar o corpo enquanto o pé está fixo no chão ou desacelerar rapidamente são algumas das principais causas.

Estudos mostram que as mulheres são mais propensas a sofrer lesões no LCA do que os homens. Fatores hormonais, anatômicos e neuro-musculares contribuem para essa maior vulnerabilidade. Além disso, atletas amadores também têm um risco maior de lesionar o LCA em comparação com profissionais, muitas vezes devido à falta de preparo físico e técnica adequada para seu esporte.

Quando é necessário operar?

Agora, vamos à pergunta que mais gera dúvidas: quando a cirurgia é realmente necessária? A necessidade de cirurgia depende de vários fatores, como o grau da lesão, o nível de atividade do paciente e o impacto que a lesão tem sobre a estabilidade do joelho.

Lesão Completa do LCA em Pacientes Jovens e Ativos: Para pessoas que praticam esportes regularmente ou têm uma vida ativa, a cirurgia é geralmente a melhor opção. Isso porque, após a ruptura completa, o LCA não consegue se regenerar sozinho e a instabilidade no joelho pode limitar as atividades físicas e até aumentar o risco de novas lesões.

Falta de Resposta ao Tratamento Conservador: Em alguns casos, o tratamento sem cirurgia é tentado primeiro, com o uso de fisioterapia para fortalecer os músculos ao redor do joelho. Se o paciente não apresentar melhora significativa e continuar sentindo instabilidade, a cirurgia pode ser recomendada.

Lesões Associadas: Quando a lesão do LCA está acompanhada de outras lesões, como danos ao menisco ou cartilagem, a cirurgia pode ser necessária para corrigir todos os problemas de uma vez.

Como é a cirurgia de reconstrução do LCA?

A cirurgia de reconstrução do LCA é um procedimento minimamente invasivo que utiliza a técnica de videoartroscopia, onde o cirurgião faz pequenas incisões no joelho e usa uma câmera para visualizar a articulação. O ligamento rompido é substituído por um enxerto, que pode ser retirado de outra parte do corpo do paciente, como o tendão patelar ou os tendões dos músculos isquiotibiais.

Essa técnica permite uma recuperação mais rápida e com menos dor, além de cicatrizes menores em comparação às cirurgias tradicionais. O tempo de recuperação varia, mas a maioria dos pacientes pode voltar às atividades esportivas entre seis a nove meses após a cirurgia, dependendo do sucesso da reabilitação.
Em alguns casos, especialmente em pacientes mais velhos ou em pessoas que não têm tanta demanda física em suas atividades diárias, o tratamento conservador pode ser a melhor escolha. Isso inclui fisioterapia intensiva, fortalecimento muscular e, em alguns casos, o uso de joelheiras para dar mais suporte durante as atividades.

Se o paciente consegue estabilizar o joelho e realizar suas atividades cotidianas sem episódios de falseio ou instabilidade, a cirurgia pode não ser necessária. No entanto, é importante continuar com o acompanhamento médico para monitorar o progresso e garantir que o joelho esteja estável.

Decidir se a cirurgia é a melhor opção para você depende de uma série de fatores, incluindo seu nível de atividade, a gravidade da lesão e os sintomas que você está enfrentando. Se você é uma pessoa ativa que deseja voltar ao esporte ou tem um estilo de vida que exige muita mobilidade, a cirurgia pode ser a melhor escolha para garantir uma recuperação completa.

Por outro lado, se você leva uma vida mais tranquila e a instabilidade do joelho não afeta suas atividades diárias, o tratamento conservador pode ser suficiente.
Cada caso é único, e a melhor maneira de tomar essa decisão é consultando um ortopedista experiente. Com uma avaliação personalizada, podemos definir o melhor caminho para sua recuperação e garantir que você volte a se movimentar com segurança e confiança.

Está com dúvidas sobre sua lesão no LCA? Agende uma consulta e vamos encontrar o melhor tratamento para você